quarta-feira, 6 de outubro de 2010




Aldeota anos 70

Na década de 70, qualquer sinal de região mais comercial se extinguia á altura
da Rua Barão de Aracati.Havia, na esquina com a Av. Heráclito Graça um
terreno baldio de um lado, com alguns eucaliptos, e do outro uma revendedora da Volkswagen - que está lá até hoje.
Essa revendedora demarcava o último sinal de comercio mais amplo á leste
da cidade.O que se seguia era um bairro de casas.Essas casas eram ajardinadas.E havia um grande
cuidado com esses jardins.E se cuidar de jardins era um índice de bairro residencial,
a Aldeota era essencialmente para morar
Pela Av. Santos Dummont seguiam as casas mais aristocráticas.E também
algumas das mais antigas.Elas ficavam entre a Praça Cristo Rei e a Aven
ida Barão de Studart.Algumas ainda com um certo traço de rústica ruralidade.
Essas possuíam um só pavimento e aqueles alpendres laterais,
suspensos por vigorosas colunas arrendondadas, de alvenario.Mas também,
quando mais achalezadas,os alpendres findavam em uma treliça de madeira
com algum arabesco simples, e as colunas eram esguias - fossem de madeira ou metal.
E transmitiam uma certa atmosfera ferroviária, vagamente européia.
O certo é que pareciam amis com casas de chácara do que de cidade.E são
elas que estão na própria raiz do bairro, que antigamente não passava
de um ajuntamento de chácaras, quintas e sítios de fim-de-semana.Um
conceito, alías, bastante ibérico, e como tudo ibérico, varrido do mapa de Fortaleza.





A geração seguinte eram casas de feição mais americana.Talvez as primeiras
riscadas pelos arquitetos que se diplomaram na escola local.As varandas
quase desapareceram.Legaram espaço para uma coberta lateral onde se podia
pôr o carro.Um espaço que, então, se conhecia como descansa-carro, geralmente
antecipado por pérgolas.
Mas a garagem ainda eram avulsa.Os telhados armavam-se em águas simples
e ângulos pronunciados, com destaque para os beirais largos e acolhedores.
As janelas ocupavam vasta área.E não eram incomuns imensos janelôes cor
rendo sobre trilhos.


Depois dessas, e um tanto no influxo de Brasília, sobrevieram casas modernistas.
Algumas belas.Outras excessivamente moldadas em concreto para serem belas
.Brutalistas em excesso, num clima que reclama mais vazamento que blo
queis em cimento armado.


O comércio entre esses bairros se resumia na famosa bodega da esquina.


No início dos anos 80, se desmatou uma perna de mangue e por cima
se ergueu um shopping de ares monumentais, o famoso Iguatemi,
apenas amesquinhou o Centro, a Aldeota, Fátima e mesmo bairros
mais antigos, como o Jacarencanga ou o Benfica.


Fonte: Blog Fortaleza Nobre.

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